(A PORTA ESTREITA..).




REFLEXÃO
Seja justo em suas atitudes

LEITURA I Is 66, 18-21

LEITURA II Hebr 12, 5-7.11-13

EVANGELHO Lc 13, 22-30

O Evangelho deste  ajuda-nos a recordar a seriedade da nossa opção cristã. “Senhor, são poucos os que se salvam?”, Perguntam a Jesus. Ele responde: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir”.

Recordo que, nos momentos da minha vida em que andava um pouco afastado do Senhor, este trecho do Evangelho deixava-me muito preocupado. “Serei dos que se hão-de salvar?”, pensava. “Que será de mim quando aparecer diante do Juiz supremo? Como justificarei a minha conduta?”

Certamente, são perguntas que todos temos de fazer num momento ou noutro da vida. Uma reflexão deste estilo foi decisiva para a conversão de São Francisco Xavier, quando meditou sobre este versículo do Evangelho: “De que serve ao homem conquistar o mundo, se com isso perder a sua alma?” São Bruno, fundador dos cartuxos, decidiu abandonar tudo e encerrar-se quase para toda a vida no silêncio da contemplação, quando, por um fenómeno extraordinário, descobriu junto com os seus conterrâneos, que um professor muito admirado por todos, se condenara para sempre.


Com efeito, Cristo chama-nos à conversão enquanto é tempo. “Convertei-vos porque o Reino de Deus está perto!” Sim, o momento do encontro com Cristo está sempre perto de nós e poderá dar-se de forma inesperada, como um ladrão que assalta uma casa pela calada da noite. Os homens prudentes são os que se preparam para este encontro segundo os critérios do Evangelho e não segundo os juízos subjectivos de sua consciência: “mas eu não tenho pecados!”, “mas eu não faço mal a ninguém!”, “Ah, mas no fim de contas todos se salvam, Deus é tão bom; não é preciso ser fanático!”

Queremos saber quem é Deus? Queremos saber como será o juízo de Deus? Podemos ir à Revelação que Deus fez de si mesmo, podemos ir à Bíblia. Mas não só. A Bíblia está sujeita a muitas interpretações. Acudamos também à Tradição, ou seja, à Igreja, que nos ensinará como a Bíblia foi interpretada de forma contínua nestas questões, desde o tempo dos Apóstolos até aos nossos dias.

Desconfiemos quando ouvimos alguém dizer, seja leigo, seja sacerdote, seja teólogo, que a condenação eterna não existe. Para além de entrar em contradição flagrante com um grande número de textos do Novo Testamento, não segue a Tradição sem interrupção da Igreja, começando pelos Apóstolos. Pessoalmente, confio decisivamente mais no que me diz a Igreja e o seu catecismo, do que nas opiniões privadas, por mais doutas que sejam. A Igreja é mais sábia que nós, os homens...e isso por ter a assistência especial e infalível do Espírito Santo em matéria de doutrina e moral.

É verdade que a porta que conduz ao Reino é estreita e que Deus necessita da nossa boa vontade para nos salvar, no entanto, também o Evangelho deste domingo recorda que “hão-de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus”. No livro do Apocalipse, João teve o privilégio de contemplar um dos mais belos quadros que nos pinta a Bíblia: “Depois disso, eis que vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé diante do trono e diante do Cordeiro, trajados com vestes brancas e com palmas na mão”. A porta é estreita, sim, mas não são poucos os que se salvam.


E porque hão-de vir tantos de tão longe, do Oriente e do Ocidente, de Norte e do Sul? É porque buscam um Juiz severo que os pode condenar eternamente? Não, é porque buscam Deus, ou seja, a Beleza em pessoa, o Amor em pessoa, a Bondade absoluta. É porque buscam quem já os foi buscar e morreu por eles na cruz. Afirmar a possibilidade da condenação eterna não é negar o Deus de amor. Antes pelo contrário: a condenação mostra bem que, sem o nosso Deus, fonte de toda a felicidade, a vida é um inferno. Converter-se nunca pode ser fugir das “chamas terríveis da condenação”...é buscar o amor. As “chamas” simplesmente mostram que não existe outra opção que o amor e que todos os outros caminhos, por mais atraentes que possam parecer não levam a nenhum lado.

Com esta certeza no coração, orientemos novamente as nossas vidas para Deus com redobrados desejos de corresponder ao seu amor, que tanto se preocupa por nos salvar. E peçamos ao Senhor que nos dê as forças para caminhar sem desfalecer. Digamos-lhe que não nos basta que Ele esteja no fim do caminho. Digamos-lhes que o queremos ao nosso lado, porque sabemos que sem Ele nada podemos e que com Ele até mesmo as veredas mais escarpadas não são caminhos desagradáveis. Até mesmo as noites mais escuras, com Ele por perto, parecerão dias claros. Sim, Senhor, vem a nós constantemente. Desde os primeiros raios do amanhecer, ao longo de toda a jornada, até bem dentro do repouso da noite, vem a nós Senhor Jesus!

Fonte - reflexão por
Pe. ulrish pais

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