INFLUÊNCIA DO PASSADO.
INFLUÊNCIA DO PASSADO. 04/12/2014
Cada vez mais faço progressos em direção a estruturar e solidificar a ideia de que nossa felicidade depende muito mais em você ser você mesma ou você mesmo. Achar sua verdadeira identidade. O verdadeiro Eu. Refazer-se a si próprio (a).
Por vezes seguidas trago à lembrança o fato inconteste de que não estou completamente consciente de mim mesmo. Ou estou inconsciente de partes psíquicas esquecidas e sepultadas num passado remoto. As quais eu deveria integrar num Eu mais coeso e consistente.
São tantas as experiências vividas, tanto em intensidade e quantidade. Algumas tiramos um bom proveito. Outras foram duramente amargas. Ainda outras, não conseguimos finalizar ou compreender. E ficou a espera de solução. Que nunca chegou. A verdade é que todos estão soterrados. Literalmente soterrados por uma enxurrada de experiências. Algumas foram compreendidas. Outras não. É quase certo que sintamos um desconforto vago e indefinido. Algo que ficou no passado.
ANALOGIA: UMA EXPERIÊNCIA DE VIDA.
Uma experiência que vivi.
Ultimamente tenho me perguntado por que atraí e atraio mulheres que, na aparência são educadinhas, meigas e amáveis. Mas após certo convívio, passo a perceber que essa aparência é apenas uma veste tosca que escondia algo mais profundo. Revelam uma personalidade mal formada, dura, sem sensibilidade, grosseira. E fico pensando como é que consegui atrair uma ou mais pessoas assim.
Um dia, e até me surpreendi, recebo um insight. Focaliza uma tia minha. Cujo mau gênio explosivo, causticante e exasperante. Nem marido dela, nem filhos irmãos ou irmãs escapavam daquele fogo devorador. E me surpreendi porque nunca, mas nunca mesmo havia pensado que aquela mulher pudesse ter tido influência sobre mim. Mas teve. E profunda.
Eu devia ter uns nove anos. Ouvi gritos na minha casa. Era minha mãe e minha tia discutindo. Discutindo aos berros. Minha tia saiu da casa da minha mãe praguejando e vomitando toda sorte de imprecações. Eu estava num terreno ao lado da nossa casa. Havia chovido. E vi minha tia se ajoelhar no barro, com um guarda-chuva debaixo do braço. Vomitou tantas coisas muito desagradáveis contra minha mãe. Eu assistia e ouvia. Foi uma cena muito dramática. Lembro que pedia em oração que Deus protegesse minha mãe daquelas pragas.
Ninguém gostava daquela tia. Ninguém mesmo. Nem ela. Sua personalidade era forte. Intensa. Vigorosa. Suas palavras despejavam um raivoso fogo infernal.
Como não ter sido influenciado? Ainda mais como uma criança. Que ainda não sabe discriminar o que é bom ou o que não é. E que aceita tudo o que vê, sente e ouve. Sem qualquer critério. Sem exame. Sem avaliação. Sem escrutínio.
Essa personalidade do passado de já faleceu continua viva no meu pensamento. Deixando o rastro de suas ações contaminando outras vidas. Coloque-se você nessa ou em outra situação semelhante. Sinta, mas sinta mesmo o vigor impetuoso da influência magnética a que teve exposto. E talvez não tenha tido consciência até hoje, como eu, que está sendo monitorado por coisas do passado. Atraindo situações bem desagradáveis. Deprimentes. Exasperadoras, até. Foi assim que descobri porque atraio pessoas duras, incompreensivas, mal humoradas. Não são de todo más, mas possuem traços bem contraditórios.
A solução que encontrei para isso, mas baseado em muita pesquisa, é retornar em pensamento e emoção. Viva e intensa emoção. Postar-me diante de minha tia. No barro mesmo. Tal como a imagem do passado. E transmitir-lhe a ideia de que tenha mais paz, mais harmonia e mais compreensão em sua alma. Que se ame de verdade. Que se compreenda. Com muita sinceridade. Pois o que está ou esteve fazendo para minha mãe, esteve também fazendo para e contra si mesma.
É impossível para a senhora ou para qualquer pessoa, desejar ódio e ressentimento sem que o próprio emitente esteja SENTINDO ampla e profundamente esses mesmos sentimentos. Conscientize-se disso. Do modo mais profundo e impressivo de que seja capaz. Todas as coisas evoluem sobre si mesmas. Seja o ódio ou o amor. E essas coisas ficam acumuladas em nossa consciência. Nós não temos consciência disso. Mas elas estão lá. Ainda que tenha esquecido. Mas a prova de que estão lá é que você pode revivê-las. Não esqueça que você recebe o que envia. Pois como diz São Francisco, é dando que se recebe. É perdoando é que se é perdoado. É amando que se é amado.
INCONSCIÊNCIA
É isso que faço com minha tia. Em diferentes momentos e dias Até sentir que modifiquei em mim ou nela a interpretação errônea que acumulei do passado. E a pensar que jamais dei importância a isso. E sinto que a maioria das pessoas também está alheia e inconsciente do que se passa em seu íntimo. Mas atente bem que William Ellery Channing disse que o interior (o nosso íntimo) molda o exterior.
Assim como não temos consciência do funcionamento do fígado, do pâncreas, dos rins, da circulação sanguínea e tantos outros órgãos interno; desse mesmo modo não temos consciência do que pensamos e sentimos. Mas é vital, e sem exagero, extremamente vital prestar ATENÇÃO ao que se passa em seu pensamento e sentimento.
Você pode e deve se policiar. Se vigiar. Se autocontrolar. Exigir mais de si mesmo (a). É para seu próprio bem. E por quê? Todos os pensamentos vitalizados pela emoção passam da mente objetiva ou consciente para o subconsciente. E lá permanecem como orientação. É a base de apoio. De referência. Você decidiu odiar sua ex-namorada. Essa premissa, conceito ou ideia orientadora fica alojada em seu íntimo. É provável que você venha a ter mais problemas com mulheres em geral.
Por saber disso é que sistematicamente volto ao passado e tento reverter os maus pensamentos que tive contra minha tia. E tenho que ser o mais eficaz quanto me permita minha atual erudição, experiência e conhecimento. Isso também prova que você e eu; qualquer pessoa é o guardião do seu irmão humano. Você é responsável pelo que lhe acontece, como retorno, daquilo que você envia ao seu subconsciente.
ENVENENANDO A SI MESMO.
Se algum dia ler o livro “Como evitar o envenenamento mental” do autor H.Spencer Lewis, da Biblioteca Rosacruz (Amorc), leia a página nº. 47 e 48. Pois tem a ver com aceitar ideias ou experiências, de modo passivo, que corroboram a ideia central apresentada neste artigo: “Qualquer ideia que seja aceita por nossa mente e consciência sem qualquer desconfiança, dúvida ou questionamento, transforma-se numa lei do nosso corpo e passa a realizar sua natureza, seu propósito, seus processos naturais. Uma ideia que nos seja aceitável, passa de um estado puramente mental para o poder físico dinâmico que desempenha, desenvolve e cumpre sua função de acordo com princípios que estão além do nosso controle, a menos que utilizemos os mesmos processos psicológicos para frustrar aquilo que foi utilizado para fazer a ideia existir. Vemos, portanto, que a vida, a felicidade e o gozo das coisas que Deus nos deu dependem de nossa aceitação de ideias, de as compreendermos e interpretarmos, e de nossa submissão inconsciente ao seu desenrolar natural.”
VOCÊ É SUMAMENTE VALIOSO. CREIA.
Não há nada mais valioso neste mundo, depois de Deus, do que você. Nada mesmo. No entanto, nem você mesma (o) se dá o valor justo e merecido. Reavaliar suas ideias e emoções sobre você mesma (o) pode lhe trazer uma felicidade maior e mais esclarecida. Prometa a si mesma (o) que você vai se amar melhor. Pois você não pode mudar nada da qual não tenha consciência. E você só terá mais consciência se prestar aguda, acurada e profunda atenção às suas impressões, sensações e instintos. Assim como atender mais eficazmente suas necessidades emocionais, espirituais, mentais e físicas. Além de praticar eficazmente exercícios respiratórios. Esse conjunto harmônico lhe dará mais consciência. Se bem praticado e monitorado.
Se for assíduo ou assídua, aos poucos ira encontrar o seu verdadeiro Eu, o Eu sublime, nobre, compreensivo e amoroso, cujo poder, inteligência e harmonia ultrapassa nossa vã e ilusória sabedoria.
Ele está em seu coração. Busque-o. Pois onde está o teu tesouro, aí está também o teu coração. (Mateus 6 v.21)
Repito que o que estou enviando ao seu coração e mente, também estou enviando ao meu próprio coração e mente. Daí a razão profunda e intensa de que se deve ter a mais consistente responsabilidade pessoal e geral para com todos os envolvidos. Eu sou o construtor do meu destino. E posso; SE não tivesse esclarecimento, conhecimento e a correta compreensão, estar influenciando você. Também de modo incorreto. Mas sei e conheço. Por isso posso responder diante de Deus e de minha consciência, que estou fazendo o máximo em qualidade e benefício tanto para você quanto para mim. Pois sou o guardião do meu irmão.
Autor: Paulo Jorge Pedra
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