RELACIONAMENTO SEM COMPROMETIMENTO



RELACIONAMENTO SEM COMPROMETIMENTO

RELACIONAMENTO. QUAL É O PROBLEMA? 12122014
Esse já é o problema.  Está mais focado no problema do que na solução.  É um problema bem mais sério do que usualmente se supõe. Pois raramente estamos agudamente conscientes do direcionamento da nossa mente. Estamos tão bitolados com a mesmice do dia a dia que dificilmente olhamos com um maior grau de atenção e conscientização para o nosso próprio íntimo.

SOFRIMENTO, INFELICIDADE, PERDAS.

Os profissionais de qualquer ramo de atividade sabem genericamente os procedimentos normais de cada área. Mas quando se trata de casos específicos e cuja dificuldade de abordagem ultrapassa os procedimentos comuns, se veem obrigados a buscar ajuda superior.
E por vezes, nem mesmo essa ajuda superior resolve. Pode ajudar. Clarear aqui ou ali. Mas solução profunda e exata, criteriosa e justa, só você mesmo.
Foi o que fiz comigo mesmo. Ao longo da vida fiz inúmeras incursões. Muitas delas infrutíferas.  Algumas dificuldades extremamente dramáticas me fizeram confrontar-me com a dor. Dor insuportável. Ferido no centro da alma.  Algo incômodo, desolador, deprimente. Angústia.
E decidi. E preste bem atenção nessa palavra. DECISÃO.
Decidi procurar por mim mesmo. Já que nunca ninguém foi, é ou será eu mesmo. Inconfundivelmente original. Com a marca distinta da autenticidade. Então ninguém poderia ser meu modelo. Ninguém.
Pode conseguir algum lenitivo na esposa, no marido, no amigo ou vizinho. Mas são paliativos.

RELACIONAMENTO

Enquanto você não se decidir a melhorar consideravelmente o seu relacionamento consigo mesmo, com Deus, com os outros, com a vida, nenhum benefício substancial colherá.
A chave da solução do seu problema não se encontra lá fora. Mas no seu íntimo. No seu coração. No seu entendimento. Na sua compreensão.
Enquanto você se maltrata, se machuca emocionalmente, se despreza ou não se valoriza, continuará sofrendo.
Eu sempre me perguntei e me pergunto ainda. Por que alguém colidiu no meu automóvel? Por que bati sem querer no muro da minha casa e amassei a lataria? Por que me cortei com a faca? Todos esses e outros, são sintomas de um mau direcionamento da mente e das emoções.  As melhoras conseguiram se manifestar depois de muita pesquisa em centenas de livros e durante muitos anos. Mas precisa e efetivamente quando comecei a introverter minha consciência para o meu íntimo e tentar desvendar os impulsos da alma, os alertas através de insights, sonhos anotados e cujo significado procurei em mim mesmo. E não em livros.
Quando principiei a ser meu amigo de verdade, eliminando maus hábitos, buscando causas profundas e esquecidas no meu passado remoto, trazendo à luz tendências, complexos, traços e ideias e emoções definitivamente prejudiciais.
É bem claro que para fazer isso tive que me conscientizar profundamente de mim mesmo.

ATENÇÃO RIGOROSAMENTE VIGILANTE

Decidi. Veja bem essa palavra. É extremamente essencial.  Decidi prestar a mais rigorosa e profunda atenção em mim. Corrigindo reações automáticas. Exigindo com vigor continuado e extremado, uma vigilância permanente. Mas não é fácil conter as tendências da mente. É preciso muito punho de ferro. Inabalável confiança e determinação. Inúmeras vezes me flagrei e ainda me pego burlando minha própria vigilância.

DEUS ME SALVA?

Muitos têm essa esperança. Mas pense bem. Se você não é capaz de se auxiliar a si mesmo, tendo livre arbítrio, acha que Deus vai ajudar a quem não tem vontade nem interesse em se ajudar?  Você nunca estará seguro no seu emprego se não oferecer um serviço competente e eficaz ao seu patrão. Você recebe um ordenado segundo seu mérito e competência. Com a divindade não é diferente.
Mesmo que Deus quisesse lhe salvar Ele não poderia. Pois lhe concedeu o livre arbítrio. Pelo qual você tem poder absoluto pelo destino de sua vida.  Você pode travar o seu próprio desenvolvimento, morrer em vida ou vegetar indefinidamente. Você é o Mestre da sua vida. Ou pode escolher a salvação, a iluminação, a vida abundante. Mas como disse Jesus: “A tua fé te salvou: vai-te em paz.” (S. Lucas, 7,v.50). Preste bem atenção que Jesus Cristo não diz que foi Ele que lhe salvou. Mas Ele diz taxativamente que foi a sua fé que lhe salvou. Foi a sua confiança no Ser mais divino e sublime que pisou este planeta que lhe possibilitou a sua salvação.
Também posso lhe dizer que a sua descrença lhe mata, entorpece, coloca-lhe nas trevas da ignorância e o acorrenta na dor e o sofrimento.  Mesmo as palavras que aqui você lê são entendidas displicentemente e de modo puramente mecânico.  E, portanto, para você, pouco ou nada significam. Ainda não aprendeu a cultivar uma sensibilizadora confiança em sua própria essência. Aquela confiança sublime que nasce da mais profunda e ampla compreensão. Que vem da sua própria alma. Pois você é uma extensão de Deus.  Aquilo que anima o seu corpo é Deus.

DESPERTA, TU QUE DORMES.

Despertar do torpor da inconsciência, provavelmente, é uma das tarefas mais difíceis que um ser humano necessita enfrentar. Ele não tem a correta compreensão do que se trata. Despertar do que? Mesmo acordado, trabalhando, caminhando, vivendo, não há um único ser humano que esteja ampla e completamente consciente, desperto, ativo, atentamente perceptivo.
Se você esquece onde deixou a chave do carro, onde colocou os óculos, o celular, a carteira de dinheiro e tantas outras coisas, esse é o exemplo da inconsciência. Inconsciência é não saber. Você diz, ouve e faz, mas não sabe ou esquece o que disse, fez ou ouviu. Você não tomou posse plena e completa da coisa. Você não forçou a si mesmo a prestar a correta atenção.  Você tem preguiça para se esforçar. É indolente.
Mas se começou a sofrer pesadas consequências na vida, a própria e dura experiência vai forçá-lo (a) a ser mais meticuloso e atento.  Vai necessitar descobrir as causas que o obrigam a suportar o duro e doloroso sofrimento.
Terá que tomar consciência do que sente nas profundezas do seu coração. E aprender a se relacionar melhor e mais sadiamente consigo mesmo. Você não percebe nem sente. Mas tudo o que ocorrem em seu coração, pensamento e sentimento, passa da mente consciente para o subconsciente. E retorna na sua experiência diária. Pelos frutos que colhe no dia a dia, você aprende a se conhecer. Os frutos de uma pessoa são o seu pensamento, o seu sentimento, A sua palavra. Os seus atos.
É só você que pode se corrigir. Ninguém pode fazer por você.  É só você que pode saciar a sua sede. Eu não posso tomar água para saciar a sua sede.
Meu único receio é que as pessoas não dão a mínima para isso. Seguem suas vidinhas naquela melancólica monotonia. Se você não gosta de uma pessoa. Eu por exemplo. Você nutre secretamente isso no seu coração. No seu entendimento, isso não vai lhe prejudicar. Ninguém está vendo. Mas este constante e raivoso sentimento como a água mole em pedra dura vai cada vez mais se adentrando no seu íntimo. Pode passar trinta ou quarenta anos. Você não sente nada em seu corpo. Mas isso de sentir raiva ou ressentimento cedo ou tarde provocará alguma espécie de doença, dependendo da intensidade, que, às vezes, pode ser fatal. Mas a causa esteve a dezenas de anos plantada em seu coração. Você já nem lembra mais. Conheço pessoalmente muitos casos verídicos que morreram antes da hora devido ao ódio e ressentimento crônico. Outros se odeiam tanto que se enterram na bebida.  Ou se alimentam tão mal ou excessivamente que lhes trazem sérias e lastimáveis consequências.
Você só pode amar o outro ou a outra na medida em que se ama a próprio (a). Não mais. Não menos. Ou você só pode odiar o outro (a) na mesma medida em que odeia a si próprio.

Ouço as pessoas dizerem: Quero achar alguém que me ame. Que me faça feliz. Estão colocando o carro adiante dos bois.  Mas corretamente certos estão os que sentem que devem amar para sentirem que são amados. Plantar primeiro e colher depois. Não o contrário. Mas quem se convence? Não há mínima chance de uma pessoa compreender o outro sem se compreender primeiro a si mesmo (a).
Autor: Paulo Jorge Pedra

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